sábado, 10 de outubro de 2009




Nome:
Machado de Assis
Nascimento:
21/06/1839
Natural:
Rio de Janeiro - RJ
Morte:
29/09/1908

Machado de Assis

(...) Assim s�o as p�ginas da vida,
como dizia meu filho quando fazia versos,
e acrescentava que as p�ginas v�o
passando umas sobre as outras,
esquecidas apenas lidas.

"Suje-se Gordo!"



Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, cr�tico e ensa�sta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um oper�rio mesti�o de negro e portugu�s, Francisco Jos� de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do pa�s e um mestre da l�ngua, perde a m�e muito cedo e � criado pela madrasta, Maria In�s, tamb�m mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola p�blica, �nica que freq�entar� o autodidata Machado de Assis.
  
De sa�de fr�gil, epil�tico, gago, sabe-se pouco de sua inf�ncia e in�cio da juventude. Criado no morro do Livramento, consta que ajudava a missa na igreja da Lampadosa. Com a morte do pai, em 1851, Maria In�s, � �poca morando em S�o Crist�v�o, emprega-se como doceira num col�gio do bairro, e Machadinho, como era chamado, torna-se vendedor de doces. No col�gio tem contato com professores e alunos e � at� prov�vel que assistisse �s aulas nas ocasi�es em que n�o estava trabalhando.
  
Mesmo sem ter acesso a cursos regulares, empenhou-se em aprender.  Consta que, em S�o Crist�v�o, conheceu uma senhora francesa, propriet�ria de uma padaria, cujo forneiro lhe deu as primeiras li��es de Franc�s. Contava, tamb�m, com a prote��o da madrinha D. Maria Jos� de Mendon�a Barroso, vi�va do Brigadeiro e Senador do Imp�rio Bento Barroso Pereira, propriet�ria da Quinta do Livramento, onde foram agregados seus pais.
 
Aos 16 anos, publica em 12-01-1855 seu primeiro trabalho liter�rio, o poema "Ela", na revista Marmota Fluminense, de Francisco de Paula Brito. A Livraria Paula Brito acolhia novos talentos da �poca, tendo publicado o citado poema e feito de Machado de Assis seu colaborador efetivo.

Com 17 anos, consegue emprego como aprendiz de tip�grafo na Imprensa Nacional, e come�a a escrever durante o tempo livre.  Conhece o ent�o diretor do �rg�o, Manuel Ant�nio de Almeida, autor de Mem�rias de um sargento de mil�cias, que se torna seu protetor.

Em 1858 volta � Livraria Paula Brito, como revisor e colaborador da Marmota, e ali integra-se � sociedade l�tero-humor�stica Petal�gica, fundada por Paula Brito. L� constr�i o seu c�rculo de amigos, do qual faziam parte Joaquim Manoel de Macedo, Manoel Ant�nio de Almeida, Jos� de Alencar e Gon�alves Dias.

Come�a a publicar obras rom�nticas e, em 1859, era revisor e colaborava com o jornal Correio Mercantil. Em 1860, a convite de Quintino Bocai�va, passa a fazer parte da reda��o do jornal Di�rio do Rio de Janeiro. Al�m desse, escrevia tamb�m para a revista O Espelho (como cr�tico teatral, inicialmente), A Semana Ilustrada(onde, al�m do nome, usava o pseud�nimo de Dr. Semana) e Jornal das Fam�lias.
 
Seu primeiro livro foi impresso em 1861, com o t�tulo Queda que as mulheres t�m para os tolos, onde aparece como tradutor.  No ano de 1862 era censor teatral, cargo que n�o rendia qualquer remunera��o, mas o possibilitava a ter acesso livre aos teatros. Nessa �poca, passa a colaborar em O Futuro, �rg�o sob a dire��o do irm�o de sua futura esposa, Faustino Xavier de Novais.
 
Publica seu primeiro livro de poesias em 1864, sob o t�tulo de Cris�lidas.
 
Em 1867, � nomeado ajudante do diretor de publica��o do Di�rio Oficial.

Agosto de 1869 marca a data da morte de seu amigo Faustino Xavier de Novais, e, menos de tr�s meses depois, em 12 de novembro de 1869, casa-se com Carolina Augusta Xavier de Novais.

Nessa �poca, o escritor era um t�pico homem de letras brasileiro bem sucedido, confortavelmente amparado por um cargo p�blico e por um  casamento feliz que durou 35 anos. D. Carolina, mulher culta, apresenta Machado aos cl�ssicos portugueses e a v�rios autores da l�ngua inglesa.

Sua uni�o foi feliz, mas sem filhos. A morte de sua esposa, em 1904, � uma sentida perda, tendo o marido dedicado � falecida o soneto Carolina, que a celebrizou.
 
Seu primeiro romance, Ressurrei��o, foi publicado em 1872.  Com a nomea��o para o cargo de primeiro oficial da Secretaria de Estado do Minist�rio da Agricultura, Com�rcio e Obras P�blicas, estabiliza-se na carreira burocr�tica que seria o seu principal meio de subsist�ncia durante toda sua vida.
 
No O Globo de ent�o (1874), jornal de Quintino Bocai�va, come�a a publicar em folhetins o romance A m�o e a luva. Escreveu cr�nicas, contos, poesias e romances para as revistas O Cruzeiro, A Esta��o e Revista Brasileira.

Sua primeira pe�a teatral � encenada no Imperial Teatro Dom Pedro II em junho de 1880, escrita especialmente para a comemora��o do tricenten�rio de Cam�es, em festividades programadas pelo Real Gabinete Portugu�s de Leitura.

Na Gazeta de Not�cias, no per�odo de 1881 a 1897, publica aquelas que foram consideradas suas melhores cr�nicas.

Em 1881, com a posse como ministro interino da Agricultura, Com�rcio Obras P�blicas do poeta Pedro Lu�s Pereira de Sousa, Machado assume o cargo de oficial de gabinete.
Publica, nesse ano, um livro extremamente original , pouco convencional para o estilo da �poca: Mem�rias P�stumas de Br�s Cubas -- que foi considerado, juntamente com O Mulato, de Alu�sio de Azevedo, o marco do realismo na literatura brasileira.
 
Extraordin�rio contista, publica Pap�is Avulsos em 1882, Hist�rias sem data (1884), V�ria Hist�rias (1896), P�ginas Recolhidas (1889), e Rel�quias da casa velha (1906).

Torna-se diretor da Diretoria do Com�rcio no Minist�rio em que servia, no ano de 1889.

Grande amigo do escritor paraense Jos� Ver�ssimo, que dirigia a Revista Brasileira, em sua reda��o promoviam reuni�es os intelectuais que se identificaram com a id�ia de L�cio de Mendon�a de criar uma Academia Brasileira de Letras. Machado desde o princ�pio apoiou a id�ia e compareceu �s reuni�es preparat�rias e, no dia 28 de janeiro de 1897, quando se instalou a Academia, foi eleito presidente da institui��o, cargo que ocupou at� sua morte, ocorrida no Rio de Janeiro em 29 de setembro de 1908. Sua ora��o f�nebre foi proferida pelo acad�mico Rui Barbosa.

� o fundador da cadeira n�. 23, e escolheu o nome de Jos� de Alencar, seu grande amigo, para ser seu patrono.
Por sua import�ncia, a Academia Brasileira de Letras passou a ser chamada de Casa de Machado de Assis.
Dizem os cr�ticos que Machado era "urbano, aristocrata, cosmopolita, reservado e c�nico, ignorou quest�es sociais como a independ�ncia do Brasil e a aboli��o da escravatura. Passou ao longe do nacionalismo, tendo ambientado suas hist�rias sempre no Rio, como se n�o houvesse outro lugar. ... A galeria de tipos e personagens que criou revela o autor como um mestre da observa��o psicol�gica.  ...  Sua obra divide-se em duas fases, uma rom�ntica e outra parnasiano-realista, quando desenvolveu inconfund�vel estilo desiludido, sarc�stico e amargo. O dom�nio da linguagem � sutil e o estilo � preciso, reticente. O humor pessimista e a complexidade do pensamento, al�m da desconfian�a na raz�o (no seu sentido cartesiano e iluminista), fazem com que se afaste de seus contempor�neos."
BIBLIOGRAFIA:
Com�dia
Desencantos, 1861.
Tu, s� tu, puro amor, 1881.

Poesia
Cris�lidas, 1864.
Falenas, 1870.
Americanas, 1875.
Poesias completas, 1901.

Romance
Ressurrei��o, 1872.
A m�o e a luva, 1874.
Helena, 1876.
Iai� Garcia, 1878.
Mem�rias P�stumas de Br�s Cubas, 1881.
Quincas Borba, 1891.
Dom Casmurro, 1899.
Esa� Jac�, 1904.
Memorial de Aires, 1908.

Conto:
Contos Fluminenses,1870.
Hist�rias da meia-noite, 1873.
Pap�is avulsos, 1882.
Hist�rias sem data, 1884.
V�rias hist�rias, 1896.
P�ginas recolhidas, 1899.
Rel�quias de casa velha, 1906.

Teatro
Queda que as mulheres t�m para os tolos, 1861
Desencantos, 1861
Hoje avental, amanh� luva, 1861.
O caminho da porta, 1862.
O protocolo, 1862.
Quase ministro, 1863.
Os deuses de casaca, 1865.
Tu, s� tu, puro amor, 1881.

Algumas obras p�stumas
Cr�tica, 1910.
Teatro coligido, 1910.
Outras rel�quias, 1921.
Correspond�ncia, 1932.
A semana, 1914/1937.
P�ginas escolhidas, 1921.
Novas rel�quias, 1932.
Cr�nicas, 1937.
Contos Fluminenses - 2�. volume, 1937.
Cr�tica liter�ria, 1937.
Cr�tica teatral, 1937.
Hist�rias rom�nticas, 1937.
P�ginas esquecidas, 1939.
Casa velha, 1944.
Di�logos e reflex�es de um relojoeiro, 1956.
Cr�nicas de L�lio, 1958.
Conto de escola, 2002.

Antologias
Obras completas (31 volumes), 1936.
Contos e cr�nicas, 1958.
Contos esparsos, 1966.
Contos: Uma Antologia (02 volumes), 1998

Em 1975, a Comiss�o Machado de Assis, institu�da pelo Minist�rio da Educa��o e Cultura, organizou e publicou as Edi��es cr�ticas de obras de Machado de Assis, em 15 volumes.
Seus trabalhos s�o constantemente republicados, em diversos idiomas, tendo ocorrido a adapta��o de alguns textos para o cinema e a televis�o.



http://www.releituras.com/machadodeassis_bio.asp

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